#2 Um “salve” ao objeto editorial

Heloisa Mazzolin Sorrilla
2 min readDec 11, 2020

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Bom dia, boa tarde ou boa noite a você que espreita meus escritos de sua tela!

Em minha última publicação es situei quanto a prática do exercício da publicação de seis textos para a disciplina de “Discurso Literário: criação, edição e consumo” dialogando sobre conceitos e processos da editoração. Já refletimos sobre o significado de “colofão” e hoje iremos mais além nessa jornada, pensando na definição de objeto editorial. Bora?

Antes de tudo e mais nada, você já ouviu falar em objetos editoriais?

O objeto editorial é um objeto desenvolvido a partir de uma lógica editorial, produzido com determinada finalidade e que busca comunicar ideias a um determinado meio de interlocução, podendo ser um livro, revista, vídeo, e-book entre outros formatos. Assim, para que se construa um objeto editorial, é necessário que se pense em tudo que o irá englobar, desde seu design geral até os micro aspectos que o levarão à circulação.

Não só pensando sobre a definição de objetos editoriais, mas também os observando na prática, como primeiro passo da tarefa final da disciplina, precisei selecionar um objeto editorial com o qual irei trabalhar em um processo de reedição, refletindo sobre as características de sua composição estrutural que acredito que possam ser reestruturadas.

O objeto selecionado por mim para essa jornada foi a edição da obra “O Ateneu”, de Raul Pompéia, desenvolvida pela editora Klick para a “Coleção Vestibular” do jornal O Estado de S. Paulo cuja ideia era brindar es leitories do jornal com grandes clássicos da literatura em língua portuguesa.

Agradeço à Heloisa do passado por não ter julgado o livro pela capa para que a Helô do hoje tivesse a chance de ser tão caidinha por essa leitura como de fato sou. Diferente do que seu formato visual simplista nos aponta, “O Ateneu” é uma daquelas obras com complexidade de ponta que te exige a companhia de um dicionário, uma xícara de chá e da querida paciência para concluí-la! Pompéia traz no romance as memórias de Sérgio (personagem principal e suposto alter ego do autor) e suas vivências no colégio interno Ateneu de forma um tanto quanto subversiva ao objetivismo científico que se pregava no Realismo (momento literário de sua publicação), memorando o passado da personagem de forma a envolvê-lo de sentimentos e tangenciando temáticas como a homossexualidade.

Acredito que o formato simples e compacto da publicação esteja associado ao barateamento de seu custo produtivo, tendo em vista o envio dos exemplares como brinde aos diversos assinantes do Estadão. Dessa forma, proponho uma reedição não mais focada em uma distribuição massiva da obra, mas com a pretensão de construir um exemplar mais harmônico.

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